Os consumos energéticos actuais põem em causa a nossa sustentabilidade. Torna-se, por isso, necessária uma nova mentalidade e soluções mais eficientes.
Em Portugal, os edifícios representam cerca de 30 por cento dos consumos globais do País e cerca de 60 por cento do consumo eléctrico. Os números colocam estes mesmos edifícios como o segundo maior responsável pelas emissões de gases com efeito de estufa, apenas ultrapassado pela utilização intensiva dos combustíveis, principais responsáveis pelo aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera e do aquecimento global do Planeta.
Com a crescente concentração populacional em redor das grandes cidades (mais de metade da população mundial vive em centros urbanos), não admira que passemos mais de 80 por cento do nosso tempo dentro de edifícios, onde, inúmeras vezes, utilizamos de forma menos correcta a energia à nossa disposição.
Perante os constantes alertas, vários países têm procurado respostas e soluções em conjunto, avançando com planos estratégicos e directivas que visam, além da diminuição dos gases de efeito de estufa e aposta nas energias renováveis, optimizar a eficiência energética dos edifícios.
Expoente dessas preocupações é a Estratégia Europa 2020, preparada pela Comissão Europeia e adoptada, no ano passado, pelo Parlamento Europeu e pelos Chefes de Estado e de governo da União. A missão é ambiciosa e, até 2020, a Europa quer criar as bases de um futuro feito de crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, onde o crescimento económico surja aliado à sustentabilidade ambiental e ao combate às desigualdades.
Ao abrigo das propostas apresentadas, todos os países devem estabelecer um plano de eficiência energética, onde, por exemplo, os governos poderão propor mecanismos de poupança de energia como programas de financiamento ou acordos voluntários com os fornecedores. Os governos devem, ainda, reduzir anualmente o consumo de energia dos edifícios públicos em, pelo menos, três por cento e exigir que a eficiência energética seja um critério na aquisição de bens e serviços.
Note-se, aliás, que desde 2006 que é obrigatório que todos os novos edifícios a licenciar (salvo aqueles em que é impossível) estejam equipados com um sistema solar de aquecimento de águas quentes. E, de acordo com a Directiva do Desempenho Energético dos Edifícios, os novos edifícios construídos a partir de 2018 deverão estar perto do zero em termos de emissões de dióxido de carbono e de consumo de energia.
Por seu lado, os fornecedores de energia deverão incentivar os clientes a maior eficiência energética, reduzindo, em 1,5 por cento, o volume de vendas todos os anos. Para tal, poderão aconselhar e auxiliar os consumidores a instalar janelas de vidros duplos, a isolar telhados ou a melhorar a eficiência dos sistemas de climatização.
Este tipo de medidas confirmam que todos podemos contribuir para construir uma cidade energeticamente eficiente. Trocar as lâmpadas convencionais por lâmpadas económicas ou LED e optar por equipamentos eléctricos de baixo consumo são gestos simples ao alcance de todos. Tão simples como desligar a luz antes de fechar a porta.
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