Alojamento para estudantes da University of British Columbia do Canadá
Estrutura em madeira com núcleo misto
A concentração média global de dióxido de carbono na atmosfera atingiu
novos marcos simbólicos e significativos nos últimos anos.
As mudanças climáticas são uma realidade cada vez mais presente no nosso
dia a dia.
Contudo, sem combater as
emissões de dióxido de carbono, não podemos enfrentar as mudanças climáticas e
manter os aumentos de temperatura abaixo dos 2 ° C acima da era pré-industrial.
É urgente que se tomem
medidas nesse sentido, a começar por cada um de nós como indivíduos.
As cidades são a fonte
da maioria das emissões de dióxido de carbono e o local onde as intervenções
mais impactantes podem ocorrer: concentração automobilística, aumento da
eficiência energética em edifícios e equipamentos, fontes de energia
renováveis, entre outras mudanças de hábitos de consumo pessoal.
Das possibilidades de
acção, impõe-se a colaboração entre engenheiros e arquitetos no desenvolvimento
de novos produtos e soluções estruturais equilibradas, ao totalizar os impactos
de carbono dos materiais, construção, uso e demolição.
Um edifício com impacto
nulo, ou mesmo negativo, na emissão de carbono admite:
- minimização da energia de combustível fóssil no processo construtivo (considerado desde a produção dos materiais e equipamentos a utilizar na construção do edifício propriamente dito);
- utiliza materiais que absorvem carbono atmosférico (na malha do edifício);
- incentiva a captura, geração e mesmo distribuição de energia renovável;
- garante uma estrutura respirável e à prova de ar;
- garante a sua resistência estrutural, resiliência, baixa manutenção, resistência ao fogo e às intempéries incorporando um excelente isolamento;
Em média, o impacto do
carbono da construção de edifícios convencionais é entre 10 e 20% de seu uso
durante a vida.
Os materiais de
construção "naturais", "verdes", "biológicos" ou
"renováveis" podem ser classificados como "baseados em
celulose" com os seguintes benefícios:
- bloqueio do carbono atmosférico no edifício;
- diferentes graus de isolamento;
- facilidade no trabalho e manuseamento;
- garante estruturas “respiráveis”;
- biodegradáveis;
- facilmente reciclado no final de vida da construção.
O edifício em madeira
mais alto do mundo encontra-se em Vancouver, com 53 metros de altura.A sua
concepção teve início em 2015 e a estrutura elevada em apenas 8 semanas. O
interior do edifício é misto com um pequeno núcleo em betão armado e aço que
garante a base necessária à restante estrutura em madeira.
Outros materiais de
construção em madeira incluem:
- contraplacado, painel estrutural de madeira;
- placas ou painéis OSB (Oriented Strand Board - aglomerado de partículas de madeira longas e orientadas, coladas em camadas perpendiculares);
- painéis LVL (Laminated Veneer Lumber - Painel Lâminas Paralelas, consiste na colagem de folhas especialmente classificadas paralelamente umas às outras);
- painéis PSL (Parallel Strand Lumber - Madeira Vertente Paralela, formado por fios de camadas (flocos) de madeira em orientações específicas);
- painéis LSL (Laminated Strand Lumber, paineis laminados);
- entre outros.
Outros materiais
naturais negativos para o carbono atualmente utilizados na construção incluem:
- linho;
- fibras de cânhamo;
- juta;
- papel
- cana;
- sizal;
- terra;
- barro;
- palha.
A palha, como exemplo enquanto material de
construção, tem tido desenvolvimentos técnicos significativos na última década
na Europa, estando a sua utilização a expandir-se, inclusivamente, na
construção de edifícios públicos urbanos.
Construção em palha e cal
A palha é um material de construção de
carbono negativo, natural, abundante e fácil de conseguir, saudável, resistente
e com excelentes características de isolamento térmico.
Começa a não haver desculpas para que o mundo da construção não nos dê, pelo menos, zero edifícios de carbono...
Artigo de:Ana Pereira
Senior Civil Eng|Reinforcement and Rehabilitation of Structures|Microsoft Project
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